Somos (fomos) a resistência

Treinos com presença da torcida nos anos 90? Só se fosse para protestar. Foto: Carlos Patricio

Fazia horas que eu tinha ideia de escrever sobre isso. Inspirado no texto da Bibiana e no comentário do Fábio no post anterior, vou fazer um relato, descompromissado do que foram os anos 90 para nós, colorados. Eu sei muito bem o que passamos, pois de 1º de setembro de 1995 a 10 de dezembro de 1999 trabalhei como office boy no Inter.

Realmente foram os anos mais duros para a torcida colorada neste período. Ganhamos apenas o Gauchão de 1997, talvez por isso eu ainda carregue este título como um dos mais importantes que presenciei. Não pelo fato de eu estar lá, mas por ter sido uma resposta aos azuis.

No ano que iniciei lá, o gfpa já havia ganho sua segunda Libertadores (que por sinal já caducou). Neste mesmo ano, perderam a Copa Toyota para o Ajax, da Holanda, o que foi motivo de muita comemoração de nossa parte. Nos gre-NAIS, derrotas nossas ou empates. Aquele time do azenha era desgraçado de ser batido e a gente sofria demais.

Foram anos de sofrimento. Times fracos, sempre saindo em desvantagem nos clássicos. Não via crianças coloradas. Das excursões de escolas que chegavam ao estádio, 80% estavam vestidas de pijamas. Era de se admirar os poucos coloradinhos que por lá passavam.

Mesmo assim a torcida comparecia. Fanáticos, jamais desistiam do Inter. E fora do Beira, entre meus amigos, a coisa ia de mau a pior. Muitos viraram a casaca e hoje devem estar arrependidos.

O ano de 1997 parecia ser o da redenção. Título do Gauchão, gre-NAL dos 5 a 2 e bela campanha no Brasileirão com o Celso Roth. Foi só aquilo ali mesmo, já que nos anos seguintes, escapamos do rebaixamento por pouco. Em 1999, apedrejaram o estádio. Eu estava onde é a Central de Atendimento ao sócio e aquilo foi terrível. Fomos goleados em casa pelo Juventude nas semifinais da Copa do Brasil.

Nas ruas, quando eu ia às compras e pedia nota fiscal, sempre esperava uma flauta. E sempre retrucava a ponto de mandar um se fuder.

E assim fomos indo. Resistindo. Depois de mais uns anos sofrendo no início do novo século, a coisa foi mudando de figura. E o quadro realmente mudou e sobre isso não preciso falar, pois todos nós sabemos o que está acontecendo. Um clube organizado, que erra pouco mais acerta bastante. Que se consolidou no mais vencedor deste século no futebol brasileiro. E que mias glórias deverá trazer para a torcida.

E que os anos 90, a década da decadência, jamais volte. Uma empresa sólida dificilmente cai. E o mesmo se espera de um clube de futebol. Os teóricos da administração e suas teses bocejantes que o digam. E assim caminhamos, a passos largos, cada vez mais largos, para sermos os maiores vencedores do futebol nacional. Primeiro isso, para depois vir o resto, tudo dentro do seu tempo, mas sem precisar lembrar de 15 anos atrás.

Leandro

Sobre luzleandro

Estudante de Jornalismo e radialista.
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3 respostas para Somos (fomos) a resistência

  1. Bibiana disse:

    Lindo texto….
    Bah…tempos amargos mesmo…que não é nem bom lembrar!!!

    Não costumo acompanhar o gfpa…acompanho meu INTER e deu….mas confesso que ontem, depois da demissão do tecnico deles…eu me rolei 25 vezes pra cada lado de tanto rir!!!!!

    Pois é….o feitiço um dia vira contra o feiticeiro!!!!!

    Saudações…

  2. luzleandro disse:

    POis é, Bibiana, esquici de falar sobre isso. Hj eles vivem o que a gente passou. E só desejo isso para o gremio mesmo hahahahaha

  3. Fabio disse:

    precisou o inter chegar a uma nova final de libertadores, pra que nao viesse um texto relaxado… hahahahha

    eh, meu… concordo em tudo.. (por milagre)

    97 chegava a ri sozinho… “Que ano” eu pensava…

    abs

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